Voa…
…livre,
voa!
Cativa,
prende o olhar. Mágica, num misto de admiração e hipnose, vejo-te dançar nos
céus, rodopiar e mudar frequentemente de direcção, de modo brusco e, ao mesmo
tempo, suave e doce. Vejo como o teu ser se eleva no espaço e como cantas e espalhas
alegria e fico feliz por me brindares com a tua existência.
A
tua formosura é uma graça divina; dizem que és uma enviada de Deus, essa entidade
abstracta criada pelas pessoas para se aproximarem dos céus, esses mesmo onde
tu habitas e de onde nos observas.
Viajas
pelo espaço e permaneces em nós a todo o tempo. Olhamos para ti e sabemos que
tanto estás aqui como amanhã vais para outro qualquer ponto do planeta,
espalhar a boa sorte, inspirar as pessoas para o amor e seguir na tua diáspora
sem fim. É essa a tua natureza. És livre. E voas. Ah… como eu gostava de saber
voar, como acontecia nos sonhos de menino, em que bastava abrir os braços e o
meu corpo se elevava e eu podia conviver contigo e com as tuas irmãs, e era
tudo tão sereno e leve, fresco e suave, livre e prazenteiro.
Dizem
as crenças que representas a luz, a fertilidade, a pureza, a metamorfose e a
primavera. Não sei mas sei que sempre partes e sempre regressas.
Voa…
…livre,
voa! Também tu, Mafalda, como a andorinha.
Deixamos-te
ir mas pedimos que voltes. Queremos que sigas o teu caminho mas que nunca
deixes de regressar. A tua casa. Ao teu ninho. A nós.
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