terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

#050 Um Dia pela Vida

Hoje, UM DIA PELA VIDA. Mais uma iniciativa. Vamos, num evento simbólico, acender uma luz pela vida, no Jardim da República, esta noite, pelas 21h e assim construir uma corrente de luz. A presença de todos é fundamental para o sucesso desta iniciativa. Adquira o talão para a sua vela, junto dos elementos da Equipa Alerta Laranja. A troca dos talões pelas velas, será feita esta noite, no Jardim da República.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

#049 Sãos e doentes

A propósito dos recentes episódios Face Oculta, da disputa interna no PSD, das atitudes sobre as alegadas intromissões do Primeiro Ministro da esfera de liberdades de imprensa, socorro-me de duas frases recolhidas no livro "Auto-retrato do escritor enquanto corredor de fundo", do japonês Haruki Murakami:
Frase 1: "Para se confrontar com qualquer coisa verdadeiramente insana, uma pessoa deve ser tão saudável quanto possível".
Frase 2: "O são e o doente não são necessariamente antagónicos, nem se encontram em lados opostos do espectro, antes de complementam e, nalguns casos, chegam mesmo a aliar-se naturalmente".
Não faço, naturalmente, mais comentários porque deixo-os à liberdade criadora da mente de cada qual.
Bom fim de semana, com tanto para ler...

#048 PSD e algo mais...

Pedro Passos Coelho?
Paulo Rangel?
José Pedro Aguiar Branco (sem hífen)?
Castanheira Barros?
Marcelo Rebelo de Sousa?
António Capucho?
Uns já se assumiram, outros são fantasmas, outros são pouco mais que desejos espúrios de saudosistas...
Os dados estão lançados.
PPC parece levar vantagem mas o PSD é pródigo em surpresas. Aguardemos.
Por outro lado, Fernando Nobre, da AMI, é mais um que surpreende o PS. O espaço para um candidato socialistas reduz-se. Cavaco agradece mas ainda é cedo para encomendar o fogo de artifício.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

#047 Eu e o meu eu!

É Sábado, manhã cedo. Estamos no início de Fevereiro e está ainda frio.
Recordo-me que desde Sábado passado corri muitos quilómetros: 8 no Sábado, 14 no Domingo, 7 na Segunda, 8 na Terça, 8 na Quarta, parei na Quinta e 11 na Sexta. Ao todo perfaz 56 quilómetros.
Correr não é, para mim, um mero acto físico.
Há quase um ano e meio decidi modificar os meus hábitos alimentares e dedicar-me mais a fazer do meu corpo uma ferramenta que possa contribuir para um envelhecimento com dignidade.
Cheguei àquela fase da vida em que o declínio do vigor físico se vai começar a fazer sentir. Primeiro, sem que eu note nada de especial. Apenas coisas pontuais. Depois, certamente, com mais provas e evidências que ire notar.
Corria 200 metros e ficava para morrer com falta de ar e com o batimento cardíaco. Também comia de tudo um pouco e bebia bebidas destiladas. E fumava cigarrilha e charuto, após longas, prolongadas e hiper-calóricas refeições. E havia as sobremesas, essas coisas que inventámos como se o nosso corpo precisasse de mais açucar do que aquele que há fruta e nos alimentos.
Comecei por correr, andar de bicicleta, jogar futebol novamente com um grupo de amigos, às segundas-feiras, no pavilhão da Escola D. Miguel de Almeida.
Confesso que andar de bicicleta não me entusiasma, talvez por a minha ser pesada e não me sentir preparado psiquicamente para despender muito dinheiro por uma mais leve.
O futebol, este ano lectivo, com a escola em obras, ficou sem efeito.
Sobrou a corrida. Primeiro ao ar livre, depois numa passadeira, em casa.
Comprei também uns aparelhos de halteres. Passei a ir, de vez em quando ao ginásio, aprender novos exercícios que possa fazer em casa, corrigir outros que possa estar a praticar e sejam inadequados ou os esteja a executar de modo deficiente.
Ao mesmo tempo, mudei de hábitos alimentares. As carnes vermelhas saíram da minha dieta alimentar, por regra. Muito esporadicamente como porco ou vaca. Passei a comer frango, peru, coelho, e peixes como o salmão, o atum, pescada e ainda outros bichos do mar como os camarões, o polvo ou os chocos.
Acompanho com dieta variada de massas com legumes ou só legumes, muito diferenciados, seja em salada ou estufados. Aí não sou esquisito: couve, cenoura, tomate, alface, rúcula, feijão verde, courgette, beringela, cogumelos (muitos e de muitas variedades).
Faço isto diariamente. Só bebo água fora das refeições e o pão faz parte do pequeno almoço, assim como os cereais da última e ligeira refeição, antes de me deitar.
Batata, arroz e açucares estão banidos por mim, em regra. Fruta e sopa é obrigatório.
À noite, muitas vezes, acompanho o jantar com um copo de vinho tinto.
A verdade é que perdi mais e 20 quilos e ganhei uma nova força física e psíquica. Até a minha acuidade visual melhorou. Usava óculos e na última consulta a que fui, ao oftalmologista, o mesmo disse-me que não preciso de usar óculos. O mesmo que os havia prescrito anos antes e que já me reforçara a graduação.
Tenho força e vigor. Acordo sempre com boa disposição. Subo e desço escadas sem me cansar e tenho uma energia no trabalho que tinha perdido.
Tenho esperança de que esta nova forma de encarar a vida, mais saudável, possa prolongar o momento do declínio do corpo e da mente. Tenho vontade de viver! Não quero ter os mesmos problemas que os meus antecessores, de ambos os lados (materno e paterno) tiveram, sobretudo os homens, de uma vida curta e sem o prazer de usufruir a sua velhice com dignidade.
Estabilizei agora o meu peso: 73-74 quilos. Raramente chego aos 75 mas não fico alarmado com isso nem vivo em função da balança. Há mais de 15 dias que não me peso mas se pesar mais, sei que será por massa muscular e não por gordura acumulada.
É evidente que há aqui mais do que mera questão física.
Há o prazer de gostar de me ver mais bem cuidado e com melhor apresentação.
Há o prazer de saber que não me canso como cansava.
Há o prazer de comprovar que tenho mais energia para trabalhar e mais poder de concentração para fazer as coisas bem feitas, durante mais tempo, sem evidenciar a fadiga que antes evidenciava.
Há a sensação de bem-estar que o exercício físico provoca.
Há ainda a forma mais lúdica como encaro a vida. A forma como hoje me preparo para ir assistir a um concerto, a um bailado, a uma peça de teatro, a uma sessão de cinema ou a visitar um museu, coisas que não fazia por serem um fardo.
Há a noção de que a escrita voltou a fazer parte dos meus objectivos de vida - e voltei a escrever para mim, pensamentos e histórias, narrativas e ficções, testemunhos de alma e apontamentos de factos da vida.
Afastei-me da vida política activa. Colaboro num programa de rádio. Ainda penso em dar algum tempo à arte de Talma, proporcionar-me mais espaço de reflexão e encontro de um caminho sereno e lúcido, para poder deixar-me envelhecer com dignidade, compreendendo as limitações que a força do tempo irá trazer. Não se ganha nunca a luta contra o tempo. Nem tem de ser empreendida nenhuma luta contra o tempo. Eu procuro fazer o meu trabalho de me preparar para a intervenção que o tempo terá no meu eu. Sei que o tempo, desde que é tempo, decidiu andar sempre para a frente. E eu aplaudo a forma coerente como esse, ao menos e ao contrário dos políticos, não muda nunca a direcção, nem o seu destino, nem o ritmo a que pula e pula e pula, sempre no mesmo sentido.
É neste ponto que me encontro e é esta a reflexão que faço, ao correr da pena, a um Sábado matinal de Fevereiro de 2010.
Xiiiiiii! 2010?
Quando eu era miúdo pensava que, se chegasse ao ano 2000, faria 32 anos e que seria já velho. Agora que, dez anos depois, vou a caminho dos 42, sinto-me novo e espero "dobrar" ainda algumas décadas que o tempo - sempre o tempo! - fixa no calendário.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

#046 O vazio

O vazio é uma gorda sensação de estarmos possuídos por nada, sentindo que nos falta tudo.
É!