sexta-feira, 10 de agosto de 2018

#074 A minha andorinha Mafalda



Voa…
…livre, voa!
Cativa, prende o olhar. Mágica, num misto de admiração e hipnose, vejo-te dançar nos céus, rodopiar e mudar frequentemente de direcção, de modo brusco e, ao mesmo tempo, suave e doce. Vejo como o teu ser se eleva no espaço e como cantas e espalhas alegria e fico feliz por me brindares com a tua existência.
A tua formosura é uma graça divina; dizem que és uma enviada de Deus, essa entidade abstracta criada pelas pessoas para se aproximarem dos céus, esses mesmo onde tu habitas e de onde nos observas.
Viajas pelo espaço e permaneces em nós a todo o tempo. Olhamos para ti e sabemos que tanto estás aqui como amanhã vais para outro qualquer ponto do planeta, espalhar a boa sorte, inspirar as pessoas para o amor e seguir na tua diáspora sem fim. É essa a tua natureza. És livre. E voas. Ah… como eu gostava de saber voar, como acontecia nos sonhos de menino, em que bastava abrir os braços e o meu corpo se elevava e eu podia conviver contigo e com as tuas irmãs, e era tudo tão sereno e leve, fresco e suave, livre e prazenteiro.
Dizem as crenças que representas a luz, a fertilidade, a pureza, a metamorfose e a primavera. Não sei mas sei que sempre partes e sempre regressas.
Voa…
…livre, voa! Também tu, Mafalda, como a andorinha.
Deixamos-te ir mas pedimos que voltes. Queremos que sigas o teu caminho mas que nunca deixes de regressar. A tua casa. Ao teu ninho. A nós.