sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

#043 Breve reflexão de Ano Novo

«Ano Novo, Vida Nova!», diz o povo, desde que me recordo de ter memória. Atingimos mais um patamar, a "chapa 10".
Há tanta coisa que desejo para este ano. Mas não vou começar aqui a desfiar a lista, porque pareceria imodesto.
Prefiro antes esperar que muitos dos desejos, que não dependem todos da minha exclusiva vontade, se possam realizar.
Entre muitos, não posso deixar de reclamar saúde. Saúde é um bem essencial, que valorizamos sobretudo quando a mesma nos falha ou falha a quem nos está próximo. Mas Saúde é, também, o motivo da minha actividade profissional. Existo hoje, enquanto profissional, porque a minnha vida é organizar serviços que se destinam a promover a saúde, a prevenir e a tratar a doença. Não deixa de ser um paradoxo reclamar saúde para mim e para os meus e, ao mesmo tempo, desejar que seja na saúde, nos serviços que existem para, muitas vezes, fazer diminuir o sofrimento daqueles que não têm saúde, que eu me possa continuar a realizar como pessoa e como profissional.
O mundo é, todo ele, como sabemos, uma enorme teia ou mesmo, se quisermos, várias teias complexas e difusas, de redes sociais que se entrecruzam e de interesses legítimos, que se tocam e se juntam e se separam e se voltam novamente a tocar. Nada é mais linear, que me recorde, excepto o tempo. Esse sim, segue o ser percurso impassível aos apelos de quem lhe pede tempo para se organizar, para se preparar para os tempos que aí vêm. Tudo resto são curvas, segmentos de recta, planos oblíquos, redes tridimensionais, planos axiométricos de formas geométricas estranhas e indetectáveis. Quando menos esperamos estamos em contacto com realidades, mundos e pessoas que nem sabíamos que estavam tão próximas da nossa realidade e, por incrível que pareça, aqueles que pensamos próximos de nós estão, afinal, algo distantes.
A idade traz-nos sabedoria, se a procurarmos; a vida de estudo traz-nos conhecimento, se por isso lutarmos. O essencial é a correcta combinação destes dois ingredientes. Espero que o ano de 2010 me traga saúde e, já agora, uma justa combinação destes elementos porque, com eles, com o seu relativo domínio, julgo que consegurei lutar para obter e manter o resto dos votos que formulei e que, afinal, são até simples e serão, em mais de 90% (julgo) os mesmos que todos nós pedimos em cada ano que se inicia.
Vamos começar bem, vamos começar com força, energia e atitude, apesar do estado de desgraça que, até com alguma graça, alguns dirigentes conseguiram atribuir ao Portugal que nos é apresentado no cardápio.

1 comentário:

Anónimo disse...

O verdadeiro INTERSECCIONISMO do Pensamento Poético
Continua. 2010 SERÁ O TEU ANO =)