«O que torna algo complexo não é apenas a diversidade ou o número dos seus componentes, mas a sua interconectividade». - BATTRAM, A. (2004) - Navegando na complexidade. Lisboa: Instituto Piaget
sábado, 9 de outubro de 2010
#057 Insónia
domingo, 12 de setembro de 2010
#056 Equinócio do Outono
domingo, 20 de junho de 2010
#055 Viabilizar Portugal
#054 A propósito de José Saramago
quarta-feira, 2 de junho de 2010
#053 Reflexão: O valioso tempo dos maduros
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!"
-
Mário de Andrade
segunda-feira, 17 de maio de 2010
#052 Socialismo bem explicado
segunda-feira, 12 de abril de 2010
#051 A malta ainda pensa
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
#050 Um Dia pela Vida
sábado, 20 de fevereiro de 2010
#049 Sãos e doentes
#048 PSD e algo mais...
sábado, 6 de fevereiro de 2010
#047 Eu e o meu eu!
Recordo-me que desde Sábado passado corri muitos quilómetros: 8 no Sábado, 14 no Domingo, 7 na Segunda, 8 na Terça, 8 na Quarta, parei na Quinta e 11 na Sexta. Ao todo perfaz 56 quilómetros.
Correr não é, para mim, um mero acto físico.
Há quase um ano e meio decidi modificar os meus hábitos alimentares e dedicar-me mais a fazer do meu corpo uma ferramenta que possa contribuir para um envelhecimento com dignidade.
Cheguei àquela fase da vida em que o declínio do vigor físico se vai começar a fazer sentir. Primeiro, sem que eu note nada de especial. Apenas coisas pontuais. Depois, certamente, com mais provas e evidências que ire notar.
Corria 200 metros e ficava para morrer com falta de ar e com o batimento cardíaco. Também comia de tudo um pouco e bebia bebidas destiladas. E fumava cigarrilha e charuto, após longas, prolongadas e hiper-calóricas refeições. E havia as sobremesas, essas coisas que inventámos como se o nosso corpo precisasse de mais açucar do que aquele que há fruta e nos alimentos.
Comecei por correr, andar de bicicleta, jogar futebol novamente com um grupo de amigos, às segundas-feiras, no pavilhão da Escola D. Miguel de Almeida.
Confesso que andar de bicicleta não me entusiasma, talvez por a minha ser pesada e não me sentir preparado psiquicamente para despender muito dinheiro por uma mais leve.
O futebol, este ano lectivo, com a escola em obras, ficou sem efeito.
Sobrou a corrida. Primeiro ao ar livre, depois numa passadeira, em casa.
Comprei também uns aparelhos de halteres. Passei a ir, de vez em quando ao ginásio, aprender novos exercícios que possa fazer em casa, corrigir outros que possa estar a praticar e sejam inadequados ou os esteja a executar de modo deficiente.
Ao mesmo tempo, mudei de hábitos alimentares. As carnes vermelhas saíram da minha dieta alimentar, por regra. Muito esporadicamente como porco ou vaca. Passei a comer frango, peru, coelho, e peixes como o salmão, o atum, pescada e ainda outros bichos do mar como os camarões, o polvo ou os chocos.
Acompanho com dieta variada de massas com legumes ou só legumes, muito diferenciados, seja em salada ou estufados. Aí não sou esquisito: couve, cenoura, tomate, alface, rúcula, feijão verde, courgette, beringela, cogumelos (muitos e de muitas variedades).
Faço isto diariamente. Só bebo água fora das refeições e o pão faz parte do pequeno almoço, assim como os cereais da última e ligeira refeição, antes de me deitar.
Batata, arroz e açucares estão banidos por mim, em regra. Fruta e sopa é obrigatório.
À noite, muitas vezes, acompanho o jantar com um copo de vinho tinto.
A verdade é que perdi mais e 20 quilos e ganhei uma nova força física e psíquica. Até a minha acuidade visual melhorou. Usava óculos e na última consulta a que fui, ao oftalmologista, o mesmo disse-me que não preciso de usar óculos. O mesmo que os havia prescrito anos antes e que já me reforçara a graduação.
Tenho força e vigor. Acordo sempre com boa disposição. Subo e desço escadas sem me cansar e tenho uma energia no trabalho que tinha perdido.
Tenho esperança de que esta nova forma de encarar a vida, mais saudável, possa prolongar o momento do declínio do corpo e da mente. Tenho vontade de viver! Não quero ter os mesmos problemas que os meus antecessores, de ambos os lados (materno e paterno) tiveram, sobretudo os homens, de uma vida curta e sem o prazer de usufruir a sua velhice com dignidade.
Estabilizei agora o meu peso: 73-74 quilos. Raramente chego aos 75 mas não fico alarmado com isso nem vivo em função da balança. Há mais de 15 dias que não me peso mas se pesar mais, sei que será por massa muscular e não por gordura acumulada.
É evidente que há aqui mais do que mera questão física.
Há o prazer de gostar de me ver mais bem cuidado e com melhor apresentação.
Há o prazer de saber que não me canso como cansava.
Há o prazer de comprovar que tenho mais energia para trabalhar e mais poder de concentração para fazer as coisas bem feitas, durante mais tempo, sem evidenciar a fadiga que antes evidenciava.
Há a sensação de bem-estar que o exercício físico provoca.
Há ainda a forma mais lúdica como encaro a vida. A forma como hoje me preparo para ir assistir a um concerto, a um bailado, a uma peça de teatro, a uma sessão de cinema ou a visitar um museu, coisas que não fazia por serem um fardo.
Há a noção de que a escrita voltou a fazer parte dos meus objectivos de vida - e voltei a escrever para mim, pensamentos e histórias, narrativas e ficções, testemunhos de alma e apontamentos de factos da vida.
Afastei-me da vida política activa. Colaboro num programa de rádio. Ainda penso em dar algum tempo à arte de Talma, proporcionar-me mais espaço de reflexão e encontro de um caminho sereno e lúcido, para poder deixar-me envelhecer com dignidade, compreendendo as limitações que a força do tempo irá trazer. Não se ganha nunca a luta contra o tempo. Nem tem de ser empreendida nenhuma luta contra o tempo. Eu procuro fazer o meu trabalho de me preparar para a intervenção que o tempo terá no meu eu. Sei que o tempo, desde que é tempo, decidiu andar sempre para a frente. E eu aplaudo a forma coerente como esse, ao menos e ao contrário dos políticos, não muda nunca a direcção, nem o seu destino, nem o ritmo a que pula e pula e pula, sempre no mesmo sentido.
É neste ponto que me encontro e é esta a reflexão que faço, ao correr da pena, a um Sábado matinal de Fevereiro de 2010.
Xiiiiiii! 2010?
Quando eu era miúdo pensava que, se chegasse ao ano 2000, faria 32 anos e que seria já velho. Agora que, dez anos depois, vou a caminho dos 42, sinto-me novo e espero "dobrar" ainda algumas décadas que o tempo - sempre o tempo! - fixa no calendário.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
#046 O vazio
É!