«O que torna algo complexo não é apenas a diversidade ou o número dos seus componentes, mas a sua interconectividade». - BATTRAM, A. (2004) - Navegando na complexidade. Lisboa: Instituto Piaget
domingo, 29 de novembro de 2009
#041 Portugal pode falir? Pode, claro, como qualquer outro país...
Contratempo dá prémio a alunos da ESTA
#040 Pedrada no Charco

quinta-feira, 19 de novembro de 2009
#039 Leituras
SEGUNDO A OPINIÃO DE ILUSTRES PENSADORES DO PASSADO E DO PRESENTE
O frango atravessou a rua. Porquê?
Professora Primária
"Porque o frango queria chegar ao outro lado da rua."
Criança
"Porque sim."
Platão
"Porque queria alcançar o Bem."
Aristóteles
"Porque é da natureza do frango atravessar a rua."
Descartes
"O frango pensou antes de atravessar a rua, logo, existe."
Rousseau
"O frango por natureza é bom; a sociedade é que o corrompe e o leva
atravessar a rua."
Freud
"A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a rua é um
sintoma de insegurança sexual."
Darwin
"Ao longo dos tempos, os frangos vêm sendo seleccionados de forma
natural, de modo que, actualmente, a sua evolução genética fê-los
dotados da capacidade de cruzar a rua."
Einstein
"Se o frango atravessou a rua ou se a rua se moveu em direcção ao
frango, depende do ponto de vista... Tudo é relativo."
Martin Luther King
"Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos livres podem
cruzar a rua sem que sejam questionados os seus motivos. O frango
sonhou."
George W. Bush
"Sabemos que o frango atravessou a rua para poder dispor do seu
arsenal de armas de destruição maciça. Por isso tivemos de eliminar o
frango."
Cavaco Silva
"Porque é que atravessou a rua, não é importante. O que o país precisa
de saber é que, comigo, o frango vai dispor de uma conjuntura
favorável. Não colocarei entraves para o frango atravessar a rua."
José Sócrates
"O meu governo foi o que construiu mais passadeiras para frangos.
Quando for reeleito, vou construir galinheiros de cada lado da rua
para os frangos não terem de a atravessar. Cada frango terá um
documento único de identificaçãoo e será avaliado e tributado de
acordo com a sua falta de capacidade para atravessar a rua."
Mário Soares
"Já disse ao frango para desistir de atravessar a rua! Eu é que vou
atravessar! Não vou desistir porque sei que os portugueses querem que
eu atravesse outra vez a rua!!!"
Manuel Alegre
"O frango é livre, é lindo, uma coisa assim... com penas! Ele
atravessou, atravessa e atravessará a rua, porque o vento cala a
desgraça, o vento nada lhe diz!"
Jerónimo de Sousa
"A culpa é das elites dominantes, imperialistas e burguesas que
pretendem dominar os frangos, usurpar os seus direitos e aniquilar a
sua capacidade de atravessar a rua, na conquista de um mundo
socialista melhor e mais justo!"
Francisco Louçã
"Porque é preciso dizer olhos nos olhos que só por uma questão racista
o frango necessita de atravessar a rua para o outro lado. É uma
mesquinhice obrigar o frango a atravessar a rua!"
Valentim Loureiro
"Desafio alguém a provar que o frango atravessou a rua. É
mentira...!!! É tudo mentira!!!"
Paulo Bento
"O frango atravessou a rua com naturalidade... Era isso que esperávamos
e foi isso que aconteceu, com muita naturalidade. O frango ainda é
muito jovem e estas coisas pagam-se caro, com naturalidade!!!"
Zézé Camarinha
"Porque foi ao engate! É um verdadeiro macho, viu uma franga camone do
outro lado da rua e já se sabe, não perdoou!!!"
Lili Caneças
"Porque se queria juntar aos outros mamíferos."
sábado, 7 de novembro de 2009
#038 Declaração de Vontade
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
#037 Se não fosse trágico, até seria cómico...
No caso de Portugal, entre 2009 e 2011, a carga de impostos e contribuições deve aumentar 2,5 mil milhões de euros, mas tal será insuficiente para evitar uma explosão no défice orçamental. A despesa continuará a subir e muito. Este ano, o 'buraco' das contas públicas chegará a 8% do produto interno bruto (PIB), mas em 2011 já estará muito próximo de 9%.
Segundo as contas de Bruxelas, à luz das políticas actuais do governo PS, a dívida pública, que representa os encargos que terão se ser pagos no futuro, atingirá os 153,5 mil milhões de euros em 2011 ou 91% do PIB, um aumento de 50 mil milhões face a 2007, ano em que começou a crise. É alarmante dizem vários economistas.
Desde o início da década que a dívida pública, embora crescesse, esteve relativamente contida na casa dos 50% e 60% do PIB. Agora, depois da crise, os encargos que terão de ser pagos pelas gerações futuras agravam-se de forma dramática. É este dinheiro que está a ser e será usado para financiar os grandes investimentos que o Estado já tem no terreno e os que ainda pretende lançar, como o TGV e o novo aeroporto.
"É lamentável o que está a acontecer. Basicamente, é aquilo que sempre se fez: tentar crescer com base no endividamento", defende João Cantiga Esteves, professor de Economia do ISEG. "Que se implemente um plano anticrise muito calibrado e direccionado, tudo bem. Agora, os números da Comissão Europeia mostram que Portugal e os outros países estão a ir muito além do admissível. No caso de Portugal, sem resultados económicos visíveis. A estagnação do próximo ano e o crescimento de 1% em 2011 não chega para recuperar os empregos que se perderam nos últimos anos, nem para fazer baixar o desemprego", lamenta.
Entre o início da crise (2007) e 2011, Portugal registará uma destruição de 112 mil empregos. Só na anterior legislatura (2005 a 2009) o número de empregados na economia caiu 70,5 mil. Sócrates tinha estabelecido como meta criar 150 mil novos postos de trabalho. Em 2011, mesmo com um crescimento de 1%, o emprego vai estagnar, depois de dois anos consecutivos de perdas.
Paula Carvalho, economista do Banco BPI, também admite que "há coisas nas contas públicas que até podem melhorar com o tempo - o plano anticrise vai ser retirado aos poucos, a economia vai crescer um bocadinho mais e gerar mais receitas fiscais". A continuação da reforma da função pública e a contenção da despesa com salários é um dos vectores que pode ajudar a reverter a explosão do défice.
"Mas esta crise veio agravar os problemas estruturais que já existiam. O mais evidente é o da dívida pública. Mesmo que o governo ajuste algumas políticas para regressar à consolidação orçamental - e é expectável que o faça - a dívida e os juros que sobre ela incidem devem aumentar de forma expressiva", acrescenta a economista.
O professor universitário relembra que "falta ainda o pior: o BCE deve começar a subir taxas de juro no final de 2010, o que causará uma pressão devastadora na dívida e nos impostos", insiste.
Tudo indica que, em 2011, os portugueses começarão a sentir na carteira a segunda parte do custo da crise. O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, e o consenso dos ministros das Finanças europeus, pedem que os governos tenham cuidado a retirar as medidas de estímulo orçamental para que os países não deslizem de novo para uma recessão. A "retirada prematura de qualquer estímulo orçamental com o início de esforços superiores de consolidação orçamental" é um dos maiores riscos actuais.
Os aumentos "deliberados" de despesa para acudir a famílias e empresas, como ontem referiu o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, foi crucial para segurar a economia.
Mas o caminho de saída já está a ser pensado. "Portugal necessita de uma estratégia de médio prazo, como estava a fazer antes da crise, de consolidação das contas públicas, porque o nível do endividamento está a aumentar mais uma vez rapidamente", alertou ontem em Bruxelas, Joaquín Almunia, o comissário europeu para os assuntos económicos».
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
#035 Preso de mim
terça-feira, 27 de outubro de 2009
#035 Tranquilidade
Escrevo hoje sem nexo de causalidade. Escrevo apenas palavras soltas ao vento, que traduzem um estado de alma quase anestésico, embriagado que estou com a chegada de rompante deste Outono quente.
Em breve – dentro de dias – cumprirei mais um aniversário, que agora celebro com a serenidade que a “ternura dos 40” já me permite compreender. Como estou diferente!
A forma de olhar o Mundo, a Vida, a Natureza, as Pessoas, os Factos, os Problemas, as Encruzilhadas, os Dramas, as Causas, são hoje encaradas com mais objectividade e frontalidade. Continuo a tomar decisões, a assumir proposições verdadeiras e falsas, a intuir o terreno que piso. Mas, ao mesmo tempo, penso que aprendi a conhecer-me melhor, a ser mais autêntico, mais frontal, mais humano, mais tolerante e fraterno.
O milagre da transmutação deu-se e sinto não cometer grandes maldades. Não sou crente em nenhum Deus nem em nenhum dogma mas valorizo as coisas simples, como os bichos, as flores, as crianças, os amores, as paixões, os pingos da chuva, os raios de luz da madrugada, os olhares cúmplices de crianças e inocentes, um jogo simples de futebol.
Recordo a entrevista de António Lobo Antunes a Judite de Sousa e a forma poética como em prosa ele se exprimiu. Por exemplo, o milagre do homem alentejano que, com fato velho e sem gravata, se apresentava no IPO para tratamento e, aos olhos do escritor, vestia a mais bela gravata que um homem poderia usar. Aprendi a ver o invisível e recordo frases da minha mocidade como aquela que dizia que “o essencial é invisível aos olhos e só se vê com o coração”.
Para testemunhar este estado de alma, tranquilo, apesar da turbulência do mundo em que vivemos, aqui fica uma música do Youtube que recomendo a quem procura paz e serenidade.
domingo, 18 de outubro de 2009
#034 Futuro
sábado, 10 de outubro de 2009
#033 Reflexão
terça-feira, 6 de outubro de 2009
#032 Debate na Antena Livre hoje mesmo e reflexão sobre eleições autárquicas
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
#31 Radiografia, Japão e Eleições Legislativas
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
#030 Campanhas por aí, por aqui e por além!
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
#029 Domingo no Codes
6 de Setembro de 2009, 15 horas e 14 minutos. Estou no Codes. Já reguei as árvores, depois de alguma dificuldade inicial em colocar a bomba de água a puxar água da ribeira, esta ribeira que se chama do Codes e dá nome ao lugar.
Estou sentado na beira do curso de água que está, aparentemente, estacionado. O Verão vai longo e o leito da ribeira espera pela chegada da época das chuvas, para voltar a ganhar fulgor.
Sopra uma brisa que se sente e ouve através do ondular das folhas dos choupos, salgueiros e sabugueiros. Aqui e ali pontuam umas pragas de canas e diversa vegetação autóctone. Tudo é verde por aqui, neste esconderijo onde me encontro. Olho para a esquerda e vejo a encosta que sobe até ao povoado e vislumbro algumas ruínas que me pertencem. Questiono-me sobre o dia em que irei começar a construir o meu abrigo no cimo desta majestática encosta. É aqui neste lugar que sonho poder passar alguns anos depois de o país me libertar do compromisso de ter de contribuir com o meu labor para a economia social. Espero que a mesma ainda chegue para usufruir com qualidade os dias que se seguirão a essa etapa, que ainda vem longe. Espero ter saúde e estar bem para poder contemplar esta natureza que me chegou às mãos e que hoje tenho obrigação de bem tratar.
Um dia quero poder passar finais de tarde na varanda ampla da casa do Codes, a ler, a escrever, a ouvir música, a pensar, a reflectir, a existir como ponto de apoio aos meus filhos e netos, neste espaço que é a mais forte ligação da família da minha mulher com as suas raízes, raízes que também são agora dos meus filhos e, por isso mesmo, minhas em defesa.
Gostaria de aqui reunir amigos, e lembranças, e fragmentos de uma vida cheia, e memórias felizes de tudo o que vi e ainda verei, do que senti e ainda sentirei, do que cheirei e dos aromas que ainda hei-de conhecer, dos afectos que criei e dos que ainda me falta conhecer, um espaço de libertação e vivência plena e serena após as agruras, as lágrimas, as emoções, as gargalhadas, tudo o que é espuma dos dias e mais do que isso.
Este é, definitivamente, «o local». É o meu Shangri-la, o local mais parecido com o paraíso na terra descrito nessa obra literária, de James Hilton, em 1925. Aqui o meu himalaia também existe e exibe uma respeitosa forma corcunda, que me leva a redobrar o respeito pela provecta idade que possui, há milhares ou milhões de anos aqui imponente, a marcar a paisagem.
Oiço o coaxar das rãs, o chilrear de pássaros ao longe, alguns bichos que cantam algo semelhante a um grilar; o calor suave e ameno deste princípio de Setembro que convida à reflexão intimista. Agora, sobrepõe-se aos demais sons a piadeira de um passarinho que, provavelmente, ainda não sabe voar e está no seu ninho aguardando pela comida que lhe será trazida pela mãe. Estará desprotegido, vulnerával, mas confiante na chegada de quem lhe dá guarida e reforce o sentimento de não estar sozinho no Mundo.
Olho para o lado e vejo o balde cheio de uvas e pêssegos que colhi. Já fui ver os medronheiros e vi como estão carregados de frutos, ainda não maduros. As oliveiras também levam boa carga. Na altura certa virei apanhar ambos os espécimes e das azeitonas sairá azeite que, espero, dê para um ano de consumo em casa. É o meu ouro líquido.
Penso que no próximo ano já terei ameixas e cerejas e amoras e nêsperas. Tenho de decidir o que farei com as laranjeiras que aqui não se dão bem. Talvez aposte em mais cerejeiras e, quem sabe, numa nogueira. Tentei plantar, já por duas vezes, um castanheiro mas, de ambas as situações, houve morte prematura.
Experimento ligar a net. Para minha surpresa, funciona.
A rede é fraca mas consigo. O local é ainda mais perfeito. Isolado do mundo mas à distância de um clique de qualquer lugar. Longe e perto; perto e longe.
Decido desligar a net. Quero preservar alguma ruralidade do momento e volto a escrever. São quase horas de ir de regresso a casa. Espero voltar em breve aqui ao paraíso na terra. Este ano foram poucas as viagens e este recanto, por motivos de falta de saúde familiar. Melhores dias virão, tenho esperança. E, aqui, virão sempre dias melhores porque este é o melhor espaço que conheço e onde mais espero vir a ser, serenamente, feliz.
Aqui, neste local onde espero que as árvores e os animais que ainda não tenho me devolvam a essência da dimensão telúrica da humanidade.
Aqui onde já sou feliz e onde me volatilizo com a natureza.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
#028 TVI
Penso que não. Creio que José Sócrates não se conseguirá desvincluar de uma leitura mundana de relação causa-efeito. Para o português médio, a coisa não é facilmente explicável.
Creio que o país fica mais pobre porque, de vez em quando, Manuela Moura Guedes tinha programas com muita audiência, fosse em directo, fosse depois através do Youtube. Quem não se recorda da sua discussão com Marinho Pinto? Hilariante...
#027 Radiografia
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
#026 Fragmentos
quinta-feira, 23 de julho de 2009
#025
domingo, 31 de maio de 2009
#024 Claro como água?
terça-feira, 26 de maio de 2009
#023 (Re)encontra-te
Quando estamos doentes, sabemos que os amigos, os verdadeiros amigos, estimarão mesmo as nossas melhoras.
Quando a vida não nos sorri, sabemos que os amigos, os verdadeiros amigos, se preocupamrãocom o nosso bem estar.
Quando nos encontramos, quando nos (re)encontramos, sabemos que os amigos, os verdadeiros amigos, esses ficarão contentes, por vezes ardentemente contentes.
Os dias são todos diferentes e, contudo, não poderiam ser mais iguais uns aos outros.
Com a vertigem da vida quotidiana, quem tem tempo para ser igualitário e promover a dita igualdade, corrigindo os defeitos da desigualdade que pulula, latente e activa, nas vidas de toda a gente?
quarta-feira, 20 de maio de 2009
#022 Estou bem, obrigado.
Depois de uma fase de maior introspecção pode surgir, assim, uma fase mais extrovertida, mais comunicativa, mais positiva, mais esperançosa.
Por vezes sabe bem fugir das rotinas para nos (re)encontrarmos. Nem sempre isso é fácil. Mas, noutras vezes, está ali tudo, mesmo à mão de semear, ou de colher o que antes já havia sido semeado.
Estou bem, obrigado.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
#021 Não me largas. Vai-te.
Não te sinto e, no entanto, estás ali. Desejo não te querer mas não tenho como te evitar. Resigno-me, abro os olhos, espreito para o lado e ali estás tu.
Tu... Tu mesmo, ser que não existes mas que teimas em me perseguir.
Sinto que me odeias, que me queres fazer mal, que não dormes nem te deitas, tu que não te emocionas com uma aurora de Primavera, tu que não vertes uma lágrima nem quando uma criança inocente sofre nas mãos se um qualquer adulto cruel.
Tu só queres que eu sofra, que eu seja infeliz, que eu seja miserável. Tu que não me largas.
Mas eu...
...eu sou como Fénix, que renasce das próprias cinzas. Posso não saber andar bem mas vou-me equilibrando, posso não conhecer o caminho mas sei tactear e encontrarei o Norte.
A mim - garanto - não vais conseguir derrotar, não vais conseguir vergar ante o peso da tua força bruta, silenciosa mas esmagadora.
És cruel, és feio por fora e cinzento por dentro.
Há quanto tempo não te emocionas com uma gota de orvalho que escorre numa qualquer folha de árvore que rebenta numa daquelas árvores da colina junto da ribeira?
Há quanto tempo perdeste toda a capacidade de rires de ti mesmo, das tuas pequenas asneiras e fraquezas, ou mesmo de mim, já que não me largas nem por um minuto e sabes tudo de mim?
Há quanto tempo não ouves delcamar um poema?
Há quanto tempo não jogas ao pião?
Há quanto tempo não sujas os calções com as traquinices que são normais aos meninos da nossa rua?
Conheço-te desde que nasci. Sempre andaste a meu lado. Sempre. E nunca, nunca, te vi fazer nada disso.
Mas agora não te quero mais junto de mim.
Como hei-de mandar-te embora? Ou terei de aceitar que nunca me deixarás.
Se ao menos falasses comigo e me compreendesses, se fosses tolerante, paciente e bom ouvinte.
Mas não! Tu és amorfo, simplesmente existes e esse teu silêncio é uma manobra obscura para dares comigo em louco.
Não hás-de conseguir.
Vai-te embora. Vai. Para sempre. Afasta-te de mim, sombra minha que me assustas.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
#020 Recomeço
Recomeçar a escrita de um livro, recomeçar um projecto profissional, recomeçar um projecto familiar, recomeçar um projecto de vida...
Recomeçar!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
#019 Paraíso
quarta-feira, 1 de abril de 2009
#018 Conectividades difusas
De pouco vale, assim, alimentar inimizades, sustentar querelas, abastecer situações de afastamento por castigo sobre quem, no passado, alguma vez me causou dor e sofrimento.
Jamais esquecerei o bom e o mau que vivi mas já não vivo para cobrar nem para ajustar contas com ninguém.
Continuo, porém, fiel ao modo como sempre me conheci: emotivo, por vezes fleumático, outras vezes romântico, outras ainda mais racional, intuitivo, cognitivo, cerebral até.
Já não levo tão a peito que as pessoas se revelem como são: frágeis, por vezes fúteis, trocando valores e convicções como se artigos de mercearia ou commodities cotadas em Chicago se tratasse.
Quem esteve próximo de mim pode partir para longe? Pode.
Quem esteve longe de mim pode sentir-se agora mais perto? Pode.
E entre essas pessoas, pode haver distância e proximidade? Pode.
A vida é assim mesmo: uma complexa teia de relações humanas, sustentadas em afectos voláteis, raramente consolidados e nunca perpétuos.
E a minha vida profissional vai indo.
E a saída da função de vereador da Câmara Municipal de Abrantes fez-se em silêncio, como eu queria.
E a preparação de eleições coloca os partidos e os movimentos independentes de cidadãos em movimento.
E mesmo por aí já não quero coleccionar inimizades por trocas de afectos.
Já tive a minha dose de desilusão em 2005. E porque agora me iludo menos acredito que não ficarei desiludido com nada nem com ninguém. Nas autárquicas, nas legislativas, nas europeias, agora e depois de agora. Sim, porque antevejo mudanças sociais em Portugal depois deste ano de 2009.
sexta-feira, 20 de março de 2009
#017 Uma mudança necessária
sábado, 21 de fevereiro de 2009
#016 Carta esquisita
Pode não ser verdadeira mas é tão espirituosa que resolvi aqui efectuar a sua publicação:
Tenho 24 anos, e fui esta semana chamado para ir à tropa. Sou casado com uma viúva de 44 anos, mãe de uma jovem de 25 anos, da qual sou padrasto. O meu pai, por seu lado, casou-se com essa jovem em questão.
Neste momento, o meu pai passou a ser o meu genro, uma vez que se casou com a minha filha.
Deste modo, a minha filha, ou chamemos-lhe, enteada, passou a ser a minha madrasta, uma vez que é casada com o meu pai.
A minha esposa e eu tivemos, no mês passado, um filho.
Esse filho tomou-se o irmão da mulher do meu pai, portanto o cunhado do meu pai.
O que faz com que seja o meu tio, uma vez que é o irmão da minha madrasta.
O meu filho é, portanto, o meu tio...
A mulher do meu pai teve no Natal um rapaz, que é ao mesmo tempo o meu irmão, uma vez que ele é filho do meu pai, mas o meu neto por ser o filho da minha enteada, filha da minha esposa.
- Desta maneira sou o irmão do meu neto!
E como o marido da mãe de;uma pessoa é o pai da mesma, verifiquei que sou o pai da minha esposa, e o irmão do meu filho.
Resumindo: sou o meu avô!!!
Deste modo, Sr Ministro, peço-lhe que estude pacientemente o meu Caso, porque a lei não permite que o pai, o filho, e o neto sejam chamados à tropa na mesma altura.
Agradecendo antecipadamente a sua atenção, mando-lhe os meu melhores cumprimentos».
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
#015 O Estranho Caso de Benjamin Button
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
#014 Revolutionary Road
Leonardo DiCaprio e Kate Winslet num bom desempenho, num filme profundo sobre temas relevantes ainda hoje, não apenas nos anos 50: a descoberta de nós mesmos, da nossa vocação, do nosso papel no mundo, da teia complexa de relações humanas.
Recomendo. Embora não tenha atingido a excelência, é um bom filme.
#013 Michael Bublé
A minha preferida é o LOST.
Aqui fica. Oiçam bem alto. Vale a pena.
#012 Josh Groban
Por cá é ainda desconhecido mas nos Estados Unidos é muito famoso.
You Raise me Up é um estrondo!
Quem é Josh Groban?
Josh Groban é um cantor Norte Americano, autor do single You Are Loved (Dont Give Up) e considerado dos cantores mais expressivos dos EUA.
O site dele pode ser obtido AQUI.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
#011 Fora de Tudo
É verdade.
Não sou diferente, porventura, dos outros mas consegui mesmo estar de uma forma mais distante e mais serena face ao enquadramento dos partidos políticos.
Nos últimos dias algumas pessoas me têm abordado na rua perguntando-me se eu sou novamente candidato à câmara de Abrantes.
Logicamente respondo que não. Mas algumas pessoas ficam a olhar para mim como a perguntarem a si mesmas: «então mas tu agora é que devias aproveitar, o Nelson não concorre, tens mais hipóteses». Algumas pessoas verbalizam mesmo isso.
Compreendo-as e aceito as observações.
Mas a vida é mesmo assim. A minha decisão de não concorrer foi tomada na noite das eleições de 2005. E assumi compromissos com base nisso. Poucas pessoas saberão que recusei uma excepcional oportunidade profissional, em Maio de 2005, porque tinha um compromisso assumido com o meu partido e com os eleitores - a campanha estava em marcha e não me foi possível desistir para aceitar aquela que terá sido, até hoje, uma das mais aliciantes e desafiadores oportunidades profissionais, em contexto multinacional.
Acresce que nunca passei da fasquia dos 30% em Abrantes.
Acresce que considero que os eleitores são sempre lúcidos no momento da escolha. Um pouco mentirosos, é certo, mas lúcidos na hora de votar. Era bom que fossem mais honestos quando nos abordam ou são abordados nas campanhas. A julgar pelas palavras simpáticas e palmadinhas nas costas, todos os candidatos, sem excepção, poderão ambicionar um resultado acima do que, na prática, se vem a verificar. O povo mente, os políticos mentem, toda a gente mente a toda a gente. É esta a essência da política nos dias de hoje.
É, também, por isso que decidi afastar-me. A política é um jogo difícil de equilíbrios e acordos tácitos muito pouco perenes.
Acompanho, contudo, a política local, regional e nacional. Não estou desatento. Mas não vou andar por aí. Não vou ficar à espreita. Vou fazer o meu caminho. Não significa isso que me seja indiferente. Não é.
A política em Abrantes vai aquecer nos próximos meses, acredito eu. Será - como sempre - da forma que os eleitores decidem.
Decidem sempre bem? Como disse, quero acreditar que sim. Pelo menos, decide sempre uma maioria. O que não significa que quem perde não tenha razões ou a maioria de razão do seu lado. Na hora de votar a componente afectiva conta, a fidelização partidária e/ou ideológica (quando esta existe) conta também, a tradição conta. Tudo isso conta. E melhor aproveita quem saiba navegar nessas águas e aproveitar os ventos favoráveis, colocando-se a jeito. Há pessoas com sorte, há pessoas com talento. Desse modo poderemos ter pessoas com sorte e com talento, pessoas com sorte e sem talento, pessoas sem sorte mas com talento e pessoas sem sorte nem talento.
Olhem para o panorama dos candidatos anunciados e façam o pequeno exercício de ver em que perfil se encaixa cada um deles.
Eu já o fiz. E fartei-me de rir, juro.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
#010 Para que serve um telemóvel?
Vou transcrever como recebi:
PRIMEIRO: Emergências
O número internacional das emergências para o telemóvel é o 112. Se nos encontrarmos sem rede numa situação de emergência, devemos ligar o 112 e o telemóvel vai procurar qualquer rede que se encontre disponível para se ligar ao 112. E o mais engraçado é que esse número pode ser marcado mesmo se o telemóvel estiver bloqueado.
SEGUNDO: Trancou as chaves dentro do carro?
Se o seu carro tiver um comando de abertura de portas, talvez isto lhe possa ser útil um dia. Aqui está uma óptima razão para se ter um telemóvel. Se trancou o carro com as chaves lá dentro e tem outro comando do carro em casa, ligue para o telemóvel duma pessoa que se encontre em casa, afaste-se cerca de meio metro da porta do carro e peça à pessoa a quem telefonou para carregar no comando no botão de abrir a porta do carro, mantendo-o próximo do telemóvel no lado de lá. O seu carro abrir-se-á e assim poupar-lhe-á uma viagem até casa para buscar outro comando. Neste caso a distância a que se encontra da pessoa a quem telefonou a pedir ajuda não é problema - pode até estar a centenas de quilómetros de distância.
TERCEIRO: Bateria escondida
Imagine que a bateria do seu telemóvel está em baixo. Para a carregar numa situação emergente, digite *3370# e o telemóvel carregar-se-á com uma reserva que se encontra oculta e mostrará um aumento em 50% de carga disponível. Esta reserva recarregar-se-á automaticamente na próxima vez que ligar o telefone à corrente para o voltar a carregar e gerará nova reserva oculta de bateria, disponível novamente para outra emergência.
QUARTO: Como desactivar um telemóvel roubado?
Para obter o número de série do seu telemóvel digite * # 0 6 #. Um código de 15 números aparecerá no ecran, sendo único para cada telemóvel. Anote este número e guarde-o num sítio seguro. Na eventualidade de o seu telemóvel ser roubado pode ligar para o seu operador (Vodafone, TMN, Optimus), dar este código e pedir que lhe bloqueiem o telemóvel. Este ficará sem utilidade nenhuma mesmo se o ladrão tiver mudado o cartão SIM. Provavelmente não recuperará nunc o telemóvel roubado mas fica, pelo menos, a saber que quem quer que o tenha não poderá utilizar ou vender.»
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
#008 A Visão e o caso Freeport com José Sócrates
A Visão de amanhã promete. Eis o que já está disponível na versão online daquela revista:
«Polícia inglesa suspeita de José Sócrates
#007 Pedro Lomba e o Freeport
O seu artigo de opinião de hoje no Diário Económico é muito bom.
Por ser assim, vou transcrevê-lo na integra. Vale o que vale. Mas é um bom exercício de reflexão:
Se a mudança nada teve ver com o Freeport, teve a ver com o quê?
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
#006 David Ferreira
David Ferreira tem uma reflexão escrita que diz assim: "O Segredo não é correr atrás das borboletas...mas sim cuidar do Jardim, para que elas venham até ti...".
Boa reflexão, boa sorte.
Gostava de poder ir assistir ao concerto na próxima 4ª feira à noite, na Fábrica de Braço de Prata.
#005 E agora?
Segundo Maria João Centeno (Documento Instabilidade versus Complexidade na Mudança, disponível aqui), a Complexidade "vem retirar o carácter consciente e racional às decisões tomadas pelas partes envolvidas na relação".
Trata-se de um notável e lúcido artigo de reflexão, pelo que recomendo a sua leitura atenta. Na formação que estou a frequentar para as funções cujo desempenho estou a iniciar falou-se já, por diversas vezes, da Teoria da Complexidade, do Caos Organizacional, dos novos paradigmas das mudanças organizacionais em contexto de incerteza e globalização.
As mudanças organizacionais são sempre um enigma. E um desafio. Há uma relação estabelecida entre as organizações e os seus públicos. Mais ou menos profunda mas há - tem de haver! - uma relação entre organizações (empresas, instituições, governo, partidos políticos, religiões, etc) e os seus públicos.
Quando a organização comunica abertamente com os seus públicos e estabelece com eles uma relação dita democrática abre terreno ao debate e à discórdia, por um lado, e procura estabelecer consensos, por outro.
É aqui que entram os agentes facilitadores da comunicação com os públicos. O papel de um bom comunicador organizacional é procurar criar uma imagem de organização socialmente responsável perante a comunidade.
Nos partidos políticos também é assim. Os partidos mudam de lideranças, de protagonistas e, quando assim é, queiram ou não queiram, abre-se um espaço de discussão, de discórdia e de busca de consensos, ao mesmo tempo que os melhores comunicadores tentam desmistificar a sua organização, exibir a sua democraticidade e 'vender' uma imagem de responsabilidade social corporativa.
Os consensos nem sempre são possíveis e as partes ditas não-vencedoras tenderão sempre a dizer que, afinal, o jogo não foi limpo, transparente e democrático.
É aqui que entra a Teoria da Complexidade.
Segundo a autora já citada, e repetindo o atrás escrito, a Complexidade "vem retirar o carácter consciente e racional às decisões tomadas pelas partes envolvidas na relação".
Meditemos um pouco.
As partes envolvidas na relação tendem a adaptar-se às situações criadas. Uns assumem o conforto, outros o desconforto. E agem, reagem e interagem. Muitas vezes tende a gerar-se o equilíbrio entre as partes; mas nem sempre isso sucede. Por isso, tende a haver um equilíbrio quase homeostático entre cada uma das partes e o meio adaptativo no qual se insere.
Diz ainda Maria João Centeno, no mesmo artigo, que "o ritmo vertiginoso da mudança é cada vez mais difícil de controlar, até porque as pessoas formam e saiem dos grupos consoante as necessidades sentidas num preciso momento".
Diz ainda que "as pessoas não estão inclinadas a manter relações permanentes com um grupo. Tendem, isso sim, a criar relações curtas com um número de grupos que se identificam naquele momento com as suas preocupações".
Mas aquela pensadora alerta para uma realidade muito actual, que desejo aqui sublinhar: "A máxima de que a organização tem quase sempre mais poder do que os públicos está definitivamente posta em causa. Definir público como um grupo de pessoas que tem um interesse comum com uma organização é limitativo, na medida em que se assume que os públicos existem e têm importância somente como resposta a uma organização".
Creio que esta mensagem é um alerta para os 'comités centrais' ou 'directórios' partidários, a terem em conta no momento em que fazem as suas apostas.
É que, cada vez mais, os públicos não se limitam a reagir; eles são "comunidades interpretativas", agentes activos que desejam participar e ter opinião. E que decidem o seu próprio futuro. É que nem sempre é possível obter um processo dialógico e de compreensão sintonizada entre os desejos da organização e as expectativas dos públicos.
E, tantas vezes, já não basta um bom profissional de comunicação, ou mesmo uma equipa de profissionais de comunicação.
Já vai sendo tempo de os dirigentes partidários entenderem isto. E deixarem de pensar que as suas decisões, ainda que maioritárias, ou mesmo hegemónicas, são verdades absolutas inquestionáveis.
(Este post surge apenas por causa de 6ª feira passada!)